Folia Nova • Sete Lágrimas (Livro + CD)

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Folia Nova • Sete Lágrimas (Livro + CD)

€12.00

FOLIA NOVA
2023
MU0133
LIVRO + CD
BOOK + CD

INCLUI CD
INCLUDES A CD

+ INFO

FOLIA NOVA
Sete Lágrimas

Partindo-se
Ensaio fotográfico
Photographic essay
Filipe Faria

SETE LÁGRIMAS
Filipe Faria + Sérgio Peixoto
 
direcção artística 
artistic direction

Filipe Faria 
voz voice, percussão percussion, tinwhistle,
assobio whistle, bandurra descante bandurra descant ,
viola de mão de 4 ordens 4-course renaissance guitar

Sérgio Peixoto 
voz voice

Silke Gwendolyn Schulze 
douçaine, flauta doce recorder

Tiago Matias
vihuela de 6 e 7 ordens 6 and 7-course vihuela, tiorba theorbo, guitarra barroca baroque guitar, bandurra descante bandurra descant 

João Hasselberg
contrabaixo double bass

Tonmeister Filipe Faria

Gravado em Recorded in Idanha-a-Velha
Música Music 
CD + streaming
+ www.artedasmusas.com/folianova

MU0133 © 2023 Arte das Musas 
Todos os direitos reservados All rights reserved

Um projecto A project by 

Arte das Musas

Em parceria com In partnership with 
Município de Idanha-a-Nova 
\UNESCO Creative City of Music

Apoio Support
República Portuguesa - Cultura 
\Direção-Geral das Artes

Prefácio e Posfácio Foreword and Afterword
Luís Pedro Cabral

 Apoio Support +
Turismo de Portugal
\Portugal Events
\Idanha 1000

Edição Edition Arte das Musas
Colecção Collection New Early Music
Parceria Partnership O Homem ONG
Design gráfico Graphic design Filipe Faria
Tradução Translation Kennistranslations

1ª Edição 1st edition Idanha-a-Nova 2023
Impressão Print Norprint
ISBN 978-989-35083-3-4
Tiragem Print run 500 exemplares copies

Arte das Musas
Centro Empresarial de Idanha-a-Nova
6060-182 Idanha-a-Nova - Portugal
www.artedasmusas.com

© 2023 Filipe Faria, fotografias photos
© 2023 Arte das Musas

Todos os direitos reservados All rights reserved

FOLIA NOVA

Música Music 
Filipe Faria (n. b. 1976) + Sérgio Peixoto (n. b. 1974) 

1. Ysabel y mas Maria 6'15
Poema Poem Anon. (s.XVI 16thc.)

2. Amor loco 3'47
Poema Poem Anon. (s.XVI 16thc.)

3. Cantiga sua, partindo-se 3'44
Poema Poem João Roiz de Castel-Branco († após after 1515)

4. Dicen que me case yo 3'42
Poema Poem Gil Vicente (c.1465–c.1536)

5. Es tan grave mi tormento 4'00
Poema Poem Pêro de Andrade Caminha (1520-1589) #

6. Cativo sam de cativa 6'47
Poema Poem D. Joam de Meneses (1460-1514)

7. Soñava, madre, que via 3'49
Poema Poem Pêro de Andrade Caminha (1520-1589) +

8. Nunca foy mal nenhum moor 4'51
Poema Poem Bernardim Ribeiro (1482?–1552?) 

9. Lágrimas de saudade 7'42
Poema Poem Anon. (s.XVI 16thc.) 

10. Endechas a Bárbara escrava 4'57
Poema Poem Luiz Vaz de Camões (1524?-1580) 

11. A partida que me aparta 6'16
Poema Poem Anon. (s.XVI 16thc.)

12. Que cuidados tam cansados 5'11
Poema Poem Nuno Pereira (c.1455-?)

“Se o vazio fosse território e a queda ascendesse, se a matéria fosse um átomo, o universo, um astro, o caos, harmonia, as fracções, inteiras, as profecias, passado, o passado, presente”

Se por algum acaso cósmico o tempo se decantasse, se por algum ritual de necromancia se escutassem os pensamentos, se o tempo fosse um templo, se a fé fosse uma aia, se a eternidade fosse um instante e o destino simplesmente o que já foi, que falta nos fariam as palavras?
Se o amor fosse um lugar exacto, se todos os mundos estivessem separados pelo que os une, se a ausência fosse uma equação perfeita, se houvesse um sítio onde todas as possibilidades eram possíveis e todas as impossibilidades impossíveis, se a razão fosse todas as coisas que não se explicam, se os corpos não necessitassem de outros, as almas de outras, de que nos serviria a linguagem?
Se o vazio fosse território e a queda ascendesse, se a matéria fosse um átomo, o universo, um astro, o caos, harmonia, as fracções, inteiras, as profecias, passado, o passado, presente, se o sentimentos não se sentissem, se os sentidos não fossem exercidos, se tudo o que é não fosse, a estrófe, poema, as fragilidades, pedra, as recordações, éter, as peregrinações, sedentárias, se todas as coisas complexas fossem linearidades, se todas as ilusões fossem concretas, os ciclos, ciclo, um segundo, éon, a inteligência o inteligível, se as dúvidas fossem certezas, o prematuro, definitivo, o mutável, imutável, o irreal, realidade, se todos os cintilares fossem um espectro obscuro, a melancolia, satisfeita, se as multitudes fossem um ponto, as imensidões, um beco, os instrumentos, silêncio, a partitura, letra morta, se o céu e o inferno fossem um paraíso conjugal, se o fim fosse o final, que razão teria a melodia?

“If the void were a territory and all falling was upwards, if matter were an atom, the universe a star, chaos harmony, pieces the whole, prophecies past, past the present “

If by some cosmic chance time were decanted, if by some ritual of necromancy thoughts could be listened to, if time were a temple, if faith were a handmaid, if eternity were an instant and destiny simply what it once was, what would we miss about words?
If love were an exact place, if all worlds were separated by what unites them, if absence were a perfect equation, if there were a place where everything possible was possible and everything impossible was not, if reason were all the things that cannot be explained, if bodies didn't need each other, souls didn't need each other, what use would language be to us?
If the void were a territory and all falling was upwards, if matter were an atom, the universe a star, chaos harmony, pieces the whole, prophecies past, past the present, if feelings were not felt, if the senses not engaged, if everything that is was not, the stanza a poem, fragility a stone, if memories were ether, pilgrimages still, if all complex things were linear, if all illusions were concrete, if cycles were but one cycle, if a second an aeon, if intelligence the intelligible, if doubts were certainties, the premature definitive, the mutable immutable, the unreal reality, if all sparkles were a dark spectre, if melancholy were satisfaction, if multitudes were a point, immensities an alley, instruments silence, the score a dead letter, if heaven and hell were a conjugal paradise, if the end were the end, what reason would melody have?

Luís Pedro Cabral

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