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Sete Lágrimas (Portugal Alemanha)

© Rita Santos, 2022

Concerto
Concert

01.12.2023
21h30

Sete Lágrimas

Portugal Alemanha
Portugal Germany


MONFORTINHO
SALÃO DO BODO


Filipe Faria voz voice, viola de mão, bandura, percussão percussion
Sérgio Peixoto voz voice
Silke Gwendolyn Schulze flautas medievais, douçaines
Tiago Matias vihuela, guitarra barroca, voz voice
João Hasselberg contrabaixo double bass


Folia Nova

1. Nunca foy mal nenhum moor, Filipe Faria e Sérgio Peixoto sobre Bernardim Ribeiro (1482?–1552?)
2. Endechas a Bárbara escrava, Filipe Faria (n.1976) e Sérgio Peixoto (n.1974) sobre Luiz Vaz de Camões (c.1524-1579/1580)
3. Pavana sobre La Folia, Diego Pisador (c.1509-1557)
4. Que cuidados tam cansados, Filipe Faria e Sérgio Peixoto sobre Nuno Pereira (c.1455-?)
5. Es tan grave mi tormento, Filipe Faria e Sérgio Peixoto sobre Pêro de Andrade Caminha (1520-1589)
6. Hoy comamos y bebamos, Juan del Encina (1468-1529)
7. Cativo sam de cativa, Filipe Faria e Sérgio Peixoto sobre D. Joam de Meneses (1460-1514)
8. Ysabel y mas Maria, Filipe Faria e Sérgio Peixoto sobre Anónimo (s.XVI)
9. Recercada primera sobre tenore "El passamezzo antiguo", Diego Ortiz (c.1510-c.1576)
10. Lágrimas de saudade, Filipe Faria e Sérgio Peixoto sobre Anónimo (s.XVI)
11. Cantiga sua, partindo-se, Filipe Faria e Sérgio Peixoto sobre João Roiz de Castel-Branco (s.XV)
12. Recercada segunda sobre tenore "El passamezzo moderno", Diego Ortiz (c.1510 - c.1576)
13. Dicen que me case yo, Filipe Faria e Sérgio Peixoto sobre Gil Vicente (c.1465–c.1536)
14. Amor loco, Filipe Faria e Sérgio Peixoto sobre anónimo (s.XVI)
15. Soñava, madre, que via, Filipe Faria e Sérgio Peixoto sobre Pêro de Andrade Caminha (1520-1589)
16. A partida que me aparta, Filipe Faria e Sérgio Peixoto sobre Anónimo (s.XVI)


Nova Música Antiga
Filipe Faria e Sérgio Peixoto partiram de novo para o tempo, viajando pelo vasto território da língua, na sua métrica, ritmos e harmonias, como se levitassem entre-mundos, resgatando da poesia portuguesa dos séculos XV e XVI as palavras, para as reinventar em novos sons, novas melodias, trazendo-as para a contemporaneidade, em analepses de magia.
Os dois compositores escrevem os doze novos vilancicos que compõem Folia Nova, como estações cronográficas da intemporalidade, usando da "folia" - no "Auto da Sibila Cassandra", de Gil Vicente (1465/1536), a folia, de origem portuguesa, é caracterizada como uma dança de pastores -, o seu tradicionalismo harmónico e rítmico, para um universo conceptual, diálogos de criatividade, novas linguagens.
O vilancico é uma das mais importantes expressões poéticas e musicais da Península Ibérica, muito popular e amplamente executado do século XV aos confins do século XVIII. Na sua forma primitiva era do profano. À bolina da sua popularidade, disseminou em sacro território, como uma heresia que lentamente se tornou hóspede da liturgia.
O ensemble fundacional é acompanhado nesta viagem pela flautista alemã Silke Gwendolyn Schulze, Tiago Matias, que com os Sete Lágrimas já cruzou muitos meridianos, e João Hasselberg, no contrabaixo. Em absoluto debute instrumentário, o descante de Bandurra, um instrumento desenvolvido e reinterpretado por Filipe Faria, em parceria como violeiro Orlando Trindade, a partir do instrumento popular (viola beiroa), tocado pelas mãos de Manuel Moreira (1891-1970), em Penha Garcia (Idanha-a-Nova). É como se o processo criativo se tornasse omnipotente, retomando a sua natureza seminal.

Luís Pedro Cabral

New Early Music
Filipe Faria and Sérgio Peixoto set off once again on a voyage into time, travelling through the vast territory of language, its metrics, rhythms and harmonies, as if they were levitating between worlds, rescuing words from 15th and 16th century Portuguese poetry to reinvent them with new sounds, new melodies, and bringing them into the contemporary world in magical analepses.
Drawing inspiration from Gil Vicente's 'Auto da Sibila Cassandra' (1465/1536), where folia, of Portuguese origin, is characterised as a dance of shepherds, and making use of its harmonic and rhythmic traditionalism, these two composers have written the twelve new vilancicos that make up Folia Nova as chronographic stations of timelessness, creating their own conceptual universe, filled with inspired artistic exchanges and new languages.
The vilancico is one of the most important poetic and musical expressions in the Iberian Peninsula, very popular and widely performed from the 15th century to the end of the 18th century. In its primitive form it was secular. As a result of its popularity, the genre spread into the territory of the sacred, like a heresy slowly finding a place in the liturgy.
The founding ensemble is accompanied on this journey by the German flautist Silke Gwendolyn Schulze, Tiago Matias, who has crossed many seas with Sete Lágrimas, and João Hasselberg on double bass. This performance marks the absolute debut of the descant Bandurra, an instrument developed and reinterpreted by Filipe Faria in partnership with luthier Orlando Trindade, based on the popular instrument (viola beiroa) played by Manuel Moreira (1891-1970) in Penha Garcia (Idanha-a-Nova). It is as if the creative process became omnipotent, returning to its seminal nature.

Luís Pedro Cabral


Biografia
Fundado em Lisboa, em 1999, por Filipe Faria e Sérgio Peixoto, Sete Lágrimas ECMC – Consort de Música Antiga e Contemporêna – assume o nome da inovadora colecção de danças do compositor renascentista John Dowland (1563-1626) publicadas por John Windet em 1604 quando o compositor era alaudista de Cristiano IV da Dinamarca (1577-1648).
Dedicado aos diálogos da Música Antiga com a contemporaneidade ­­– bem como da música erudita com as tradições seculares –, Sete Lágrimas junta músicos de diferentes horizontes musicais em torno de projectos conceptuais animados tanto por originais investigações musicológicas como por processos de inovação, irreverência e criatividade em torno dos sons, instrumentário e memórias da Música Antiga.
Nestes projectos são identificáveis os diálogos entre a música erudita e a popular, entre a Música Antiga e a contemporânea e entre a secular diáspora portuguesa dos Descobrimentos e o eixo latino mediterrânico convertidos em som através da fiel interpretação dos cânones performativos da Música Antiga como de uma aproximação a elementos definidores da música tradicional ou do jazz.
Desde a sua fundação, o grupo desenvolve uma intensa actividade concertística de centenas de concertos na Europa e Ásia, de onde se destacam: Portugal: Centro Cultural de Belém (Grande Auditório, Pequeno Auditório), Fundação Calouste Gulbenkian (Grande Auditório), Casa da Música (Sala Suggia), Festival Cistermúsica, Festival de São Roque, Festival das Artes de Coimbra, Festival dos Capuchos, Festival Internacional de Música da Madeira, Festival Internacional de Música dos Açores, Festival Fora do Lugar, Festival de Leiria, Festival de Almada, Festival Terras sem Sombra, Encontros de Música Antiga de Loulé, Memórias Musicais de um Palácio (Sintra), Festival Todos, Festival Internacional de Música de Espinho, Fundação Oriente, Festival Artes à Vila, Quartel das Artes, Teatro Viriato, Theatro Circo (Sala Principal) (...); Bulgária: Zora Dramatic Theatre (Sliven); Itália: Ravenna, Festival Internazionale W. A. Mozart a Rovereto); Malta: BirguFest; Espanha: Festival de Música Antigua de Gijón, Festival de Música Antigua de Úbeda y Baeza, Museo Nacional de Valladolid, Fundación Juan March (Madrid), Abvlensis Festival Internacional de Musica, Teatro Zorilla (Valladolid) (…); China: Macao Internacional Music Festival; Suécia: Stockholm Early Music Festival; França: Festival Baroque de Sablé, Opéra de Lille (...); Bélgica: Gent Festival van Vlaanderen, Flemish Opera (Gent), Bozar (Bruxelles), Music Center DeBijloke (Gent) (...); Noruega: Stavanger Konzerthus; República Checa: Prague Early Music Festival; Luxemburgo: Philharmonie Luxembourg (Salle de Musique de Chambre, Grand Auditorium), Festival Atlântico; Alemanha: Elbphilharmonie Laeiszhalle Hamburg (Grosse Saal).
Sete Lágrimas chama frequentemente, aos seus projectos, músicos convidados das áreas da Música Antiga e da música tradicional, jazz e do mundo. Destes, destacam-se o Coro Gulbenkian (Portugal), María Cristina Kiehr (Argentina), Zsuzsi Tóth (Hungria), Ana Quintans (Portugal), Mayra Andrade (Cabo Verde), António Zambujo (Portugal), Adufeiras de Monsanto (Portugal), CRAMOL (Portugal), Tainá (Brasil), Carolina Deslandes (Portugal) ou Ana Moura (Portugal). (...)
Com uma discografia de quinze  títulos – Lachrimæ #1 (2007), Kleine Musik (2008), Diaspora.pt: Diáspora, vol.1 (2008), Silêncio (2009), Pedra Irregular (2010), Vento (2010), Terra: Diáspora, vol.2 (2011), En tus brazos una noche (2012), Península: Diáspora. vol.3 (2013), Cantiga (2014), Missa Mínima (2016), Um dia normal - poema gráfico com texto e ilustrações de Filipe Faria e música de Sete Lágrimas - (2015), Twentie Yeares in Seaven Teares (2020), Loa (2023) e Folia Nova (2023) – o consort é considerado pela crítica como um dos mais relevantes e inovadores projectos europeus na área da Música Antiga. Internacionalmente, destacam-se as críticas discográficas e de concerto na International Record Review, Doce Notas, Aftonbladet, Novinky, Opera PLUS, Svenska Dagbladet, Lute News, Goldberg, etc. e a permanência regular nas playlists das rádios clássicas de vários países europeus. (...)
No contexto das comemorações dos 20 anos de carreira, a Arte das Musas edita o livro Twentie Yeares in Seaven Teares – Vinte Anos em Sete Lágrimas: Os primeiros vinte anos de Sete Lágrimas ECMC, que inclui um CD best-of da discografia completa do consort a par de dois “novos vilancicos” inéditos e um conjunto de 30 depoimentos de directores artísticos de salas e festivais europeus.
Em 2023 Sete Lágrimas edita o seu 14º álbum, intitulado Loa, uma proposta de contrafacta dedicada ao diálogo entre as melodias dos Laudários italianos de Cortona e Firenze e as traduções quatrocentistas do bispo português André Dias de Escobar (Lisboa, ?1348-1450/51). O projecto foi desenvolvido em parceria com os Professores Doutores Manuel Pedro Ferreira (CESEM/Faculdade de Ciências Sociais e Humanas/Universidade Nova de Lisboa, Portugal) e Blake Wilson (Professor Emeritus of Music, Department of Music/Dickinson College, EUA) e ainda o seu 15º álbum, intitulado Folia Nova, um novo projecto da sua série New Early Music Series (vol. 5), um conjunto de 12 “novos vilancicos” compostos por Filipe Faria e Sérgio Peixoto sobre poesia portuguesa dos séculos XV XVI.
Em 2024, 2025 e 2026, Sete Lágrimas editará, numa trilogia, a integral do Cancioneiro de Elvas (Elvas, Biblioteca Municipal Públia Hortênsia, Ms 11793), um manuscrito português do século XVI e uma das fontes mais importantes de música profana na Península Ibérica.
Sete Lágrimas conta com o apoio do Ministério da Cultura (Governo de Portugal) e da Direcção-Geral das Artes, desde 2003, e do Município de Idanha-a-Nova - UNESCO Creative City of Music, desde 2012. É representado e editado pela Arte das Musas.

Biography
Founded in Lisbon, in 1999, by Filipe Faria and Sérgio Peixoto, Sete Lágrimas ECMC – Early and Contemporary Music Consort – takes its name from the innovative collection of dances by the renaissance composer John Dowland (1563-1626) that were published by John Windet in 1604, when the composer was employed as lutenist to Christian IV of Denmark (1577-1648).
Focused on dialogues between Early and Contemporary Music – and erudite music with centuries-old traditions –, Sete Lágrimas brings together musicians from different musical backgrounds around conceptual projects fuelled both by original musicological research and innovative, irreverent and creative processes centred on sounds, instrumentation and memories of Early Music.
In these projects, it is possible to identify dialogues between erudite and popular music, between Early and Contemporary Music, and between the age-old Portuguese Diaspora of the Discoveries and the Mediterranean Latin axis. These dialogues are converted into sound through a faithful reading of the performative principles of Early Music and a distinctive approach to the defining elements of folk music and jazz.
Since its first days, the consort has maintained an intense performance schedule, playing hundreds of concerts around Europe and Asia, including the following: Portugal: Centro Cultural de Belém (Main Auditorium, Small Auditorium), Fundação Calouste Gulbenkian (Grand Auditorium), Casa da Música (Sala Suggia), Festival Cistermúsica, Festival de São Roque, Festival das Artes de Coimbra, Festival dos Capuchos, Festival Internacional de Música da Madeira, Festival Internacional de Música dos Açores, Festival Fora do Lugar, Festival de Leiria, Festival de Almada, Festival Terras sem Sombra, Encontros de Música Antiga de Loulé, Memórias Musicais de um Palácio (Sintra), Festival Todos, Festival Internacional de Música de Espinho, Fundação Oriente, Festival Artes à Vila, Quartel das Artes, Teatro Viriato, Theatro Circo (Main Room) (...); Bulgaria: Zora Dramatic Theatre (Sliven); Italy: Ravenna, Festival Internazionale W. A. Mozart a Rovereto); Malta: BirguFest; Spain: Festival de Música Antigua de Gijón, Festival de Música Antigua de Úbeda y Baeza, Museo Nacional de Valladolid, Fundación Juan March (Madrid), Abvlensis Festival Internacional de Musica, Teatro Zorilla (Valladolid) (…); China: Macao Internacional Music Festival; Sweden: Stockholm Early Music Festival; France: Festival Baroque de Sablé, Opéra de Lille (...); Belgium: Gent Festival van Vlaanderen, Flemish Opera (Gent), Bozar (Bruxelles), Music Center DeBijloke (Gent) (...); Norway: Stavanger Konzerthus; Czech Republic: Prague Early Music Festival; Luxembourg: Philharmonie Luxembourg (Salle de Musique de Chambre, Grand Auditorium), Festival Atlântico; Germany: Elbphilharmonie Laeiszhalle Hamburg (Grosse Saal).
Sete Lágrimas regularly invites guest musicians working in different areas of Early Music folk, jazz and world-music. To date, these musicians have included the Gulbenkian Choir (Portugal), María Cristina Kiehr (Argentina), Zsuzsi Tóth (Hungary), Ana Quintans (Portugal), Mayra Andrade (Cape Verde), António Zambujo (Portugal), Adufeiras de Monsanto (Portugal), CRAMOL (Portugal), Tainá (Brasil), Carolina Deslandes (Portugal) ou Ana Moura (Portugal). (...)
With a discography of fifteen titles – Lachrimæ #1 (2007), Kleine Musik (2008), Diaspora.pt: Diáspora, vol.1 (2008), Silêncio (2009), Pedra Irregular (2010), Vento (2010), Terra: Diáspora, vol.2 (2011), En tus brazos una noche (2012), Península: Diáspora. vol.3 (2013), Cantiga (2014), Missa Mínima (2016), Um dia normal - graphic poem with text and illustrations by Filipe Faria and music by Sete Lágrimas - (2015), Twentie Yeares in Seaven Teares (2020), Loa (2023) and Folia Nova (2023) – the consort is considered by critics as one of the most relevant and innovative European projects in the field of Early Music. Internationally, mention must be made of the reviews of the recordings and concerts published in the International Record Review, Doce Notas, Aftonbladet, Novinky, Opera PLUS, Svenska Dagbladet, Lute News, Goldberg etc and the inclusion on the playlists of classical radio stations in several European countries. (...)
To commemorate the group’s 20th anniversary, Arte das Musas published the book Twentie Yeares in Seaven Teares – Twenty Years in Seven Tears: The first twenty years of being Sete Lágrimas ECMC, which includes a best-of CD of the consort's complete discography along with two unpublished “new villancicos” and a set of 30 testimonials from artistic directors of European venues and festivals.
In 2023 Sete Lágrimas publishes its 14th title, entitled Loa, a counterfacta proposal dedicated to the dialogue between the melodies of the Italian Laudarios of Cortona and Firenze and the 15th century translations of the Portuguese bishop André Dias de Escobar (Lisbon, ?1348-1450/51). The project was developed in partnership with Professors Manuel Pedro Ferreira (CESEM/Faculty of Social and Human Sciences/Universidade Nova de Lisboa, Portugal) and Blake Wilson (Professor Emeritus of Music, Department of Music/Dickinson College, USA) and also its 15th title, entitled Folia Nova, a new project for their New Early Music Series (vol. 5), a set of 12 “new villancicos” composed by Filipe Faria and Sérgio Peixoto on sixteenth-century Portuguese poetry.
In 2024, 2025 and 2026, Sete Lágrimas will release, in a trilogy, the complete Cancioneiro de Elvas (Elvas, Biblioteca Municipal Públia Hortênsia, Ms 11793), a Portuguese manuscript from the 16th century and one of the most important sources profane music in the Iberian Peninsula.
Since 2003, Sete Lágrimas have been sponsored by the Ministry of Culture (Portuguese Government) and the Directorate General for the Arts, and, since 2012, by the Municipality of Idanha-a-Nova – UNESCO Creative City of Music. The consort is represented and published by Arte das Musas.

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